1º de maio: 40 anos do dia que a classe trabalhadora abalou a ditadura

Dia dos trabalhadores em 2020 é totalmente diferente. Digamos que a classe trabalhadora teve que sair do seu habitat natural. Obviamente trata-se da prevenção ao Covid-19, vírus que já matou mais de 6 mil brasileiros

O 1º de maio de 2020 terá características peculiares para a classe trabalhadora. Os encontros, discussões, protestos e shows serão virtuais (leia aqui). Por isso hoje esta data tem um certo ar de nostalgia. Não no sentido conservador da coisa, tradicionalista; pelo contrário, a saudade é dos tempos de engajamento político e enfrentamento ao autoritarismo. Assim como hoje, as pautas de reivindicações se misturam, mas todas priorizam um equilíbrio social e melhoras coletivas.

Dito isso, vamos levar nosso primeiro de maio para um período onde se podia fazer aglomerações, certo?

Então chegamos ao Dia do Trabalhador de 1980, o ápice das lutas dos metalúrgicos do ABC. Lá, após diversas greves e organização do movimento sindical, pode-se dizer que foi o epicentro da luta contra a ditadura.

Antes de tudo

Para organizar isso aqui, vamos lembrar que essa data, o 1º de Maio, é internacionalmente reconhecida pela classe trabalhadora. Também é uma homenagem a greve geral dos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, em 1886. Eles lutavam por melhores condições de trabalho: a principal pauta era a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.

Já em 1889, no Congresso da Internacional Socialista, em Paris, que o 1º de Maio foi adotado como data internacional de luta dos trabalhadores. No Brasil há homenagens aos trabalhadores desde 1895 e a adesão aumentou após a Greve Geral de 1917.

Historicamente o 1º de Maio significa protesto e resistência à opressão política contra os trabalhadores e ao povo em geral.

1980

Na cidade de São Bernardo do Campo acontecia mais uma grande manifestação contra a Ditadura Militar. Esse momento histórico é considerado fundamental para o impulsionamento da luta pela redemocratização do país.

Era Greve dos Metalúrgicos do ABC, que estava no trigésimo dia, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema sob intervenção e com grande parte da direção cassada pelo regime militar, incluindo a principal liderança do movimento, Luiz Inácio da Silva, já popularizado como Lula.

O cenário era de enfrentamento.

Naquela manhã a cidade de São Bernardo acordou com barulho de sirenes das viaturas que anunciavam a grande movimentação de tropas da polícia militar. A missão era evitar que os trabalhadores se reunissem.

Ao mesmo tempo, começavam a chegar grande número de trabalhadores que se aglomeraram dentro da Igreja Matriz.

No entorno da igreja a tensão entre policiais e grevistas aumentava. Detalhe: havia oito mil policiais e 100 mil trabalhadores. Eram pessoas saíram de São Paulo e das cidades vizinhas, além do ABC paulista.

Somaram ao movimento estudantes, artistas, intelectuais e parlamentares da oposição ao regime militar.

Após negociações as tropas da Polícia Militar se retiravam e os manifestantes vibravam com a conquista. Foi um acontecimento simbólico de grande significado:

“Trabalhador unido jamais será vencido” foi grito das mais de 100 mil pessoas!

Depois os trabalhadores partiram em passeata e realizaram o 1º de Maio mais simbólico da história recente do Brasil.

Indicação virtual

Para você que está acompanhando o 1º de maio virtual. O Sindimovec faz três indicações que estão no Youtube e que ajudarão na sua formação política.

Confere aí!

:: A Luta do Povo

:: Linha de Montagem

:: Maio, Nosso Maio

Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Edição: Sindimovec).

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