Aos vereadores de Campo Largo: O que vale para Chico vale para Francisco?

*Arquivo: http://campolargo.ifpr.edu.br

Nós, campolarguenses, não podemos admitir que o trabalhador que se profissionaliza e que luta diariamente para se emancipar, tanto economicamente quanto politicamente, seja tratado com diferença diante de uma Portaria que não está sendo respeitada nem pelos próprios membros do legislativo da cidade

A diretoria do Sindimovec, entidade sindical que trabalha em defesa dos direitos dos trabalhadores, vem, através deste comunicado, se posicionar diante do que considera uma situação de desigualdade de tratamento. Primeiro é necessário dizer que, no dia 21 de novembro de 2017, foi publicada a Portaria Número 229/2017 que considera “a necessidade de estabelecer os critérios e limites para a concessão, utilização e conservação do Plenário Alberto Klemes, sediado nas dependências da Câmara Municipal de Campo Largo, Estado do Paraná, bem como para apuração das eventuais responsabilidades nos casos de danos” (Redação/Portaria).

Como respeitamos os princípios democráticos em que vivemos, devemos, inicialmente, deixar claro que não está em discussão aqui o conteúdo da Portaria da Câmara de Vereadores de Campo Largo, até porque defendemos a aplicação de leis, regulamentos, normas, informações institucionais, eventos nos órgãos públicos e a utilização das estruturas físicas oriundas do funcionalismo público, assim como a conservação das mesmas. Em todo o caso, o que está em discussão é que chegou ao conhecimento do Sindimovec, através do CODIC – Colégio de Dirigente do Campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR), uma atuação de disparidade no tratamento da classe trabalhadora dessa cidade vindo da casa legislativa.

Trata-se da negativa, por parte da Câmara de Vereadores de Campo Largo, em abrir as portas da “casa do povo”, ou seja, do auditório da casa legislativa, para a formatura de “aproximadamente 120 (cento e vinte) estudantes formandos do Instituto Federal do Paraná, Campus Campo Largo” – trecho da redação que João Madureira, Diretor Geral do IFPR/Campo Largo, enviou ao Presidente da Câmara de Vereadores da cidade, vereador Bento Antônio Vidal.

A questão é a seguinte: a Portaria já referida (229/2017) diz que o Plenário da Câmara não será cedido para: solenidades de formaturas escolares, colação de grau e atividades religiosas, dentre outros pontos.

O que causa estranheza, já que está proibida a realização de atividade religiosa no local, é o critério para se proibir formatura de estudantes e trabalhadores. O questionamento surge, pois é público e notório que foi realizado culto ecumênico no dia 23 de fevereiro deste ano, inclusive com transmissão da Câmara de Vereadores de Cidade (ASSISTA AO VÍDEO AQUI), referente ao evento de comemoração dos 147 anos de emancipação política de Campo Largo.

Ora, sabendo que o IFPR é uma entidade de ensino das mais sérias e que forma estudantes da classe trabalhadora de Campo Largo, qual a razão para que os recém-formados profissionais dos Cursos Técnicos em Administração, Cerâmica, Eletromecânica, Eletrotécnica e Mecânica, que vivem luta diária por emancipação política, não possam cumprir agenda de formalidade num local em que já foi palco dos mesmos eventos em outras oportunidades?

Para a direção do Sindimovec, é insustentável esse tipo de tratamento. A verdade é que cabe ao poder público dar exemplo de linearidade. Se os próprios membros do legislativo não cumpriram a própria Portaria, infringindo uma regra e liberando um culto religioso, qual a prerrogativa para negar o pedido do Instituto Federal do Paraná? O precedente foi aberto e uma formatura também trata da emancipação política dos trabalhadores da cidade.

Ciente de que o Instituto poderá ter seu espaço próprio para eventos dessa natureza em 2019, a diretoria do Sindimovec solicita, de forma respeitosa e coerente, que o mesmo tratamento adotado na questão religiosa seja adotado na questão do IFPR. Os trabalhadores de Campo Largo precisam ser respeitados, principalmente em um momento tão importante como é a emancipação profissional através de uma solenidade de formatura. Por fim, levando em consideração que a casa legislativa de uma cidade, estado e país é a casa do povo, não há lugar mais propício.

 

Diretoria

Sindimovec

 

 

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