Pesquisa do IBGE revela que falta trabalho para 27,7 milhões de pessoas no Brasil

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

O número é o maior já registrado desde o início da série histórica, em 2012. No primeiro trimestre deste ano a taxa de subutilização da força de trabalho bateu recorde no Brasil, chegando a 24,7%, que representa mais de 27 milhões de pessoas!

‘Deforma Trabalhista’. Após flexibilização na legislação trabalhista e mudança nas regras de negociação entre trabalhador e empregador, os resultados começam a aparecer. Prova disso é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), um estudo trimestral que foi divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nas novas amostragens relativas ao mundo do trabalho no Brasil, 27,7 milhões de brasileiros, no primeiro trimestre de 2018, tiveram sua força de trabalho subutilizada. Maior índice (24,7%) da série histórica que começou em 2012.

A força de trabalho subutilizada engloba pessoas que são desempregadas e que estão em busca de algum posto de trabalho, também aqueles que não estão procurando emprego e, por fim, os subocupados (que são caracterizados por trabalharem menos de 40 horas semanais).

As mulheres (que representam a maioria da população em idade de trabalhar: 52,4%) tiveram uma taxa de desemprego de 15%, maior que a de homens, que registrou 11,6%. O que reafirma não só a diferença salarial entre gêneros, mas também a desigualdade de oportunidades. Outro número que chama a atenção são os 32,9 milhões de brasileiros com empregos de carteira assinada. Este é o MENOR índice de toda a série histórica.

Brasil

No país, há 13,7 milhões de trabalhadores desempregados. Para entrar na estatística, a pessoa precisa declarar que procurou emprego nos últimos 30 dias. Há 6,2 milhões de subocupados. O IBGE mostrou também que 7,8 milhões de pessoas que poderiam trabalhar não estão procurando emprego. Nesse contingente, há 4,6 milhões de desalentados, que são aqueles que desistiram de procurar emprego por motivos diversos. Do restante (3,2 milhões), são pessoas que estão indisponíveis no momento para o trabalho, como mulheres que deixaram o emprego para cuidar dos filhos.

O número de desalentados foi o recorde da série histórica. A maior parte deles está no Nordeste (60,6%), com destaques para a Bahia (805 mil) e o Maranhão (430 mil). Dos desempregados, o índice é maior para pretos (16%) e pardos (15,1%). Os brancos tiveram a taxa de desocupação em 10,5% no período.

A PNAD revelou ainda que caiu o número de trabalhadores com carteira assinada, saindo de 76,6% para 75,4%, ou seja, recuo de 1,2 ponto percentual. Isso significa uma redução de 408 mil postos de trabalhos formais.

 

Via Correio Braziliense (por Hamilton Ferrari) – Edição: Sindimovec (Regis Luís Cardoso).

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