194 anos da Independência: o Imperador estava com dor de barriga e montava uma mula

Nesta quarta-feira (7) o Brasil comemora 194 anos de sua Independência de Portugal. Segundo as mais recentes e polêmicas pesquisas históricas, o Imperador D. Pedro I não montava um garboso cavalo branco, mas uma simples “mula baia gateada”. Ele também não gritou Independência ou Morte.
As afirmações são polêmicas e constam de livros de pesquisadores que buscam desvendar as verdades históricas, como o jornalista paranaense Laurentino Gomes, cujos livros 1808 e 1822 já venderam mais de 1 milhão e 200 mil exemplares.
A outra história
Essa realidade, não é ensinada nas escolas, mas consta em 1822, o livro do historiador Laurentino Gomes, também autor de 1808, ambos na relação dos livros mais vendidos do Brasil, pela lista de não-ficção da revista Veja.
Na data da independência, D. Pedro I tinha apenas 23 anos, bem próximo dos 24. Nesse dia, 7 de Setembro de 1822, o Príncipe estava com uma dor de barriga braba. ”Muito apertado, coitado, descia do animal constantemente para dar uma aliviada no matagal”.
O destino cruzou o caminho de D. Pedro em situação de desconforto e nenhuma elegância. Ao se aproximar do riacho Ipiranga, às 16h30 de 7 de setembro de 1822, o Príncipe Regente, futuro imperador do Brasil e rei de Portugal, estava com dor de barriga. A causa dos distúrbios intestinais é desconhecida. Acredita-se que tenha sido algum alimento malconservado ingerido no dia anterior em Santos, no litoral paulista, ou água contaminada das bicas e chafarizes que abasteciam as tropas de mulas na serra do Mar.
Testemunhas
Testemunhas dos acontecimentos, o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo, subcomandante da guarda de honra… usou em suas memórias um eufemismo para descrever a situação do Príncipe. Segundo ele, em intervalos regulares D. Pedro se via obrigado a apear do animal para “prover-se” no denso matagal que cobria as margens da estrada.
Besta baia
A montaria usada por D. Pedro nem de longe lembrava o fogoso alazão que, meio século mais tarde, o pintor Pedro Américo colocaria no quadro “Independência ou Morte”, também chamado de “O Grito do Ipiranga”, a mais conhecida cena do acontecimento. O coronel Marcondes se refere ao animal como uma “baia gateada”. Outra testemunha, o padre mineiro Belchior Pinheiro de Oliveira cita “bela besta baia”. Em outras palavras, uma mula sem nenhum charme…
Chá de goiabeira
Sua comitiva era relativamente modesta para a importância da jornada que iria empreender. Além da guarda de honra, organizada nos dias anteriores de forma improvisada nas cidades do vale do Paraíba, enquanto viajava do Rio de Janeiro para São Paulo, acompanhavam D. Pedro o coronel Marcondes, o padre Belchior, o secretário itinerante Luís Saldanha da Gama, futuro Marquês de Taubaté, o ajudante Francisco Gomes da Silva e os criados particulares João Carlota e João Carvalho.
… D. Pedro encontrou os animais selados e o restante da guarda que o acompanharia até São Paulo. A subida da serra, porém teve de ser retardada. Prostrado pelos problemas intestinais, o príncipe refugiou-se na modesta estalagem situada à beira do porto. Maria do Couto, responsável pelo estabelecimento, preparou-lhe um chá de folha de goiabeira, remédio ancestral usado no Brasil contra diarreia.
A ação do chá apenas aliviou temporariamente as dores do Príncipe, mas deu-lhe ânimo para prosseguir viagem.
Rio Vermelho
… Ao cair da tarde daquele sete de setembro a comitiva chegou à colina do Ipiranga. Por ordem do príncipe, que mais uma vez se vira compelido a retardar sua jornada devido às cólicas intestinais, a guarda de honra se adiantara e o esperava em uma venda situada seiscentos metros mais à frente, junto ao riacho que ficaria famoso ao anoitecer.
Em tupi-guarani, Ipiranga significa “rio Vermelho”. Naquela época, a tonalidade das águas era escura e barrenta, de onde se originou o seu nome.
Serviço Independência do Brasil Um outro olhar sobre a história de nossa Independência Fonte – Livro 1822, de Laurentino Gomes.

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