DIA HISTÓRICO: AUDIÊNCIA PÚBLICA PASSA A LIMPO, ATOS ANTISSINDICAIS DA FIAT

Quarta-feira, 17 de junho de 2015. A data entra para a história do Sindimovec (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo) como o dia em que a luta do Sindicato ficou mais forte. As denúncias de práticas antissindicais da Fiat ganharam ainda mais visibilidade durante audiência pública, realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

A audiência foi organizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Tadeu Veneri (PT), a pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo (Sindimovec). O evento reuniu importantes lideranças regionais e nacionais do meio sindical, além de autoridades políticas e do Judiciário.

A mesa de debates foi composta pelo presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso; pelo propositor da audiência, deputado Tadeu Veneri e por dirigentes de entidades sindicais como o secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), João Cayres; a presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Regina Cruz e o diretor da NCST no Paraná, Hermínio Ferreira Santana  – representando o presidente da entidade, Denilson Pestana. Também integraram a mesa, o advogado Sandro Lunard Nicoladelli, professor de Direito Sindical da UFPR e representante da Comissão de Direito Sindical da OAB-PR; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Henrique Gomes e o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, Paulo Moreira dos Santos, além do Assessor Estatístico e Econômico da Federação dos Metalúrgicos da Itália (FIOM), Davide Bubbico. A presença de Bubbico reforçou o histórico de parceria entre as entidades brasileiras e italianas que, em comum, dividem o mesmo drama há anos: a precariedade nas relações sindicais com a Fiat.

Os trabalhos foram abertos com a exibição de um vídeo que registra a importância da contribuição dos trabalhadores metalúrgicos de Campo Largo no desenvolvimento do Paraná como polo metal-mecânico. O material também revelou flagrantes  das ocorrências de práticas antissindicais por parte da Fiat nos últimos tempos contra os trabalhadores e integrantes do Sindimovec.

Ao presidente, Adriano Carlesso, coube enumerar, numa cronologia de fatos, todos os episódios antigos e recentes dos abusos da Fiat. Em seu pronunciamento, ele detalhou como as condutas antissindicais deram origem à Ação Civil Pública em curso na Justiça, impetrada pelo Ministério Público do Trabalho em 2012.

Carlesso alertou sobre os perigos do enfraquecimento das instituições, cada vez que uma  empresa se recusa a não reconhecer o papel intermediador dos sindicatos nas reivindicações dos trabalhadores. “Para nós do Sindimovec, este problema não é só nosso. Se há uma nova empresa na cidade, todos ganham. Se há uma empresa a menos na cidade, todos perdem. E se há uma empresa que não respeita as instituições de proteção ao trabalho digno ou seus trabalhadores, o problema também deve ser de todos. E esse é o motivo desta audiência de hoje: chamar todos os interessados para o debate para que haja um consenso, um compromisso em rever conceitos e nos pautarmos na construção de uma nova realidade”, concluiu Carlesso.

Na esfera jurídica, as implicações trabalhistas e sociais das condutas antissindicais da Fiat foram notavelmente trazidas à luz, pelo advogado do Sindimovec, Sandro Lunard.

ENCAMINHAMENTOS

Como resultado deste primeiro debate público, surgiram importantes encaminhamentos que serão colocados em prática nos próximos dias. O primeiro deles é a intensificação do trabalho conjunto dos Sindicatos das Unidades da Fiat Brasil e de outros Países. Além disso, a montagem do Dossiê Fiat Brasil sobre as Práticas Antissindicais da empresa com ampla divulgação à sociedade e Poder Público e a continuidade de atos públicos nos portões da Fiat Campo Largo.

O conteúdo da audiência na Alep será ainda, documentado em futuras publicações e novos debates públicos em Campo Largo e Brasília (Senado Federal) darão sequência à repercussão dos atos antissindicais da Fiat.

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