POTENCIAL HIDRELÉTRICO DO RIO AÇUNGUI É DEBATIDO NA TRIBUNA LIVRE

A convite do vereador Júnior Torres (DEM) a Tribuna Livre da Câmara foi ocupada pelo engenheiro Rodolpho Ramina para falar sobre o potencial hidrelétrico do rio Açungui. Formado pela UFPR e com Mestrado em Engenharia Civil pela University of Melbourne (Austrália), Ramina mora em Campo Largo e participou de várias administrações municipais. Sócio fundador e diretor do Meacam (Movimento Ecológico Amigos do Cambuí), integra também o Conduma (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente). A sua exposição aos vereadores baseou-se em parecer técnico que elaborou para o Conduma com objetivo de informar os conselheiros, que deverão ser consultados na possível construção de uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no rio Açungui.

Bacia do Açungui

Segundo Rodolpho Ramina, o potencial econômico, hídrico, ambiental e turístico da bacia do rio Açungui é significativa no cenário paranaense. Trata-se da última reserva natural, de águas puras, ainda não poluídas, para abastecimento de Curitiba e da região metropolitana. Possui também um grande parque de preservação de araucárias, a Flona (Floresta Nacional) do Açungui, criada em 1944, no governo de Getúlio Vargas, sob o nome de Parque Romário Martins, com 3.728 ha.

O rio Açungui nasce nos contrafortes da serra de São Luiz do Purunã – próximo à localidade da Faxina e sua bacia hidrográfica cobre aproximadamente 1.800 km2, desaguando no rio Ribeira, em São Paulo. Desde as décadas de 1950/60 o potencial hídrico do rio Açungui chama a atenção das autoridades, mas o governo priorizou a construção de grandes hidrelétricas no rio Iguaçu. Veja o Plano Diretor para a bacia do Rio Açungui – maio de 1991 http://www.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/plano_diretor.pdfAgora, que estão se esgotando as possibilidades de construção de grandes hidrelétricas no país, especialmente em função dos grandes impactos ambientais negativos, voltam-se as atenções para as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) – de menor impacto ambiental, e também para outras formas de geração de energia, como a solar, eólica e outras.

Nove PCHs

De acordo com Rodolpho Ramina, o rio Açungui comportaria pelo menos nove PCHs. A primeira a ser construída na região, pelo grupo RDR, Energia, é a PCH Caratuva, no rio Ribeira, com potência instalada de 10,00 MW. Atualmente a sociedade está mais consciente e atenta aos problemas ambientais, portanto, na opinião de Ramina, alguns questionamentos devem ser levantados em relação à construção de PCHs no rio Açungui, especialmente:

  • Preservação do meio ambiente e das reservas naturais da bacia do rio Açungui;
  • Planejamento estratégico em relação ao abastecimento de água de Curitiba e região metropolitana para as próximas décadas;
  • Vazão remanescente – deixar água abundante à jusante das represas e considerar a importância do “volume morto” (água que fica no fundo, abaixo do nível de captação das comportas), fundamental nos tempos de estiagem;
  • Cuidados especiais com a preservação da fauna e da flora da região, construindo, por exemplo, as chamadas “escadas para peixes”, para não impedir a piracema (movimento migratório de peixes no sentido das nascentes dos rios, com fins de reprodução).

Outras questões importantes foram abordadas na palestra na Câmara. Ao final, Rodolpho Ramina respondeu a perguntas dos vereadores.

Serviço

Você pode ouvir a palestra de Rodolpho Ramina na Câmara, no site http://sapl.campolargo.pr.leg.br/sapl_documentos/materia/9767

Ponte sobre o rio Açungui, na Estrada do Cerne

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