Privatizações: Política do entreguismo pode ser caminho sem volta

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Na opinião do presidente do Sindimovec, com a desculpa da ‘recuperação do Brasil’, projetos de privatizações do atual governo podem afundar de vez a nação

Aeroportos, rodovias, ferrovias, campos de petróleo e obras de saneamento. Tem de tudo no pacote de 32 projetos de infraestrutura que o governo Michel Temer pretende entregar à iniciativa privada em 2017 e 2018. O programa de concessões e privatizações foi lançado na semana passada, como pontapé inicial ao entreguismo que deve marcar a gestão pós-golpe, com prejuízos apocalípticos para  a população.

O governo federal estima arrecadar R$ 24 bilhões com as concessões e permissões em 2017, um valor irrisório, se comparado ao deficit fiscal aprovado para o ano que vem, de R$ 139 bilhões. Segundo a gestão, o projeto tem como objetivo, “melhorar a qualidade do serviço prestado”.

Na ocasião do lançamento do projeto, o próprio Temer destacou: “Ressaltamos que o poder público não pode fazer tudo. Tem de haver a presença da iniciativa privada como agente indutor do desenvolvimento e produtor de empregos no país”.

Na contramão dessa declaração, um estudo do economista da Unicamp, Marcio Pochmann, objeto de matéria da Folha de S. Paulo, ainda em 2000, já mostrava que as empresas do setor estatal que foram privatizadas cortaram 546 mil postos de trabalho no período de 1989 a 1999.

A redução significou uma queda de 43,9% no total de empregos do setor no período. A queda começou a acontecer antes mesmo da privatização, durante o período em que se preparava a companhia para a venda. A pesquisa identificou também que o rendimento dos trabalhadores caiu 34,5%. “O legado do entreguismo no Brasil só deixou duas certezas: desemprego em massa e a continuidade ruim dos serviços. Há grupos de investidores estrangeiros que deixam bem claro que o compromisso que eles têm é com o lucro deles, não com o País. A política dos bancos está aí para demonstrar isso” disse o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.

Toda essa orquestração na área de concessões, acontece paralela aos projetos que restrigem direitos trabalhistas e à própria Reforma da Previdência, ainda mal explicada pelo atual governo. “É estranho que esses projetos que afetam diretamente o trabalhador, a sociedade como um todo, prossigam com tamanha rapidez nesse governo, enquanto propostas como o tal Ajuste Fiscal, por exemplo, tão prioritário para o País como se colocava ainda há pouco, fique em segundo plano. As pessoas precisam se perguntar: quais critérios decidem as urgências do novo governo? O fato é que existem outras maneiras de impulsionar a retomada do crescimento econômico. Privatizar tudo, sem dúvida, não é a melhor. A experiência recente do Brasil comprova isso”, lembra. (Assessoria Sindimovec com agências)

 

 

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