Você conhece os segmentos do Ramo Metalúrgico?

O Sindimovec lista os principais segmentos da categoria e como a nova agenda do governo federal irá impactar na vida dos trabalhadores que atuam nessas especificidades. Os dados foram fornecidos pelo DIEESE:

::Segmento Aeroespacial => a fusão entre a Boeing e a Embraer, anunciada oficialmente em dezembro de 2018, compromete a empresa brasileira. Segundo Nota Técnica do Dieese, não se trata de uma fusão propriamente, já que os norte-americanos passam agora a deter 80% da Embraer e os brasileiros 20%.

O acordo, avaliado em U$ 5,26 bilhões, prevê ainda que após dez anos a empresa norte-americana tem direito a adquirir os 20% restantes da nova empresa, arrematando por completo a gerência nos negócios.

O Dieese alerta que a “fusão” representa risco para o emprego, já que a nova empresa, sob controle da Boeing, poderá remanejar 100% dos trabalhadores das atividades da aviação comercial, ameaçando também postos de trabalho indiretos.

::Segmento Automotivo => segundo estatísticas elaboradas pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o setor produziu 2,9 milhões de veículos automotivos em 2018, crescimento de +6,7% em relação ao ano anterior, cuja produção foi de 2,7 milhões de veículos e registrando crescimento expressivo de +24,0% em comparação a 2016.

O setor exportou 629,2 mil unidades, o que significa queda de -17,9% sobre as 766 mil unidades de 2017. Este recuo foi devido a forte retração do mercado argentino, principal parceiro comercial do Brasil.

A expectativa da ANFAVEA é de crescimento em 2019 (exceto para as exportações), aliado às propostas de reformas neoliberais do novo governo brasileiro.

::Segmento de Bens de Capital Mecânico => a indústria de Bens de Capital é fundamental para o desenvolvimento do país, fornecendo máquinas e equipamentos a serem utilizados no processo produtivo. A dinâmica e competitividade da indústria como um todo depende do grau de desenvolvimento desse segmento.

Em 2018, o consumo total aparente (vendas, importações, deduzidas as exportações) acumulou crescimento de +13,9% no período de janeiro a outubro, comparativamente ao mesmo período de 2017.

A Receita Líquida total cresceu +7,7% em 2018 (acumulado até outubro), em especial devido ao aumento das exportações e do câmbio. A Receita Líquida interna recuou -0,7%, no mesmo período, em relação ao ano anterior.

As exportações registraram variação positiva de +10,3% no acumulado do ano, com destaque para os componentes para a indústria de bens de capital (variação de +65,1%). Os principais destinos das exportações brasileiras foram os países da América Latina (AL), Estados Unidos de América (EUA) e Europa, nessa ordem.

América Latina registrou queda de -5,7% e EUA e Europa registraram resultados positivos, de +28,8% e +44,6%, respectivamente, no período de janeiro a outubro de 2018, comparado com igual período de 2017.

A China permaneceu como a principal origem das importações (representam 18,5% do total) de máquinas e equipamentos, seguida dos EUA, com 17,0% e Alemanha, com 15,8%. No acumulado de janeiro a outubro de 2018, as importações cresceram +16,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

::Segmento Eletroeletrônico => a produção industrial do segmento eletroeletrônico registrou queda de 6,1% no mês de novembro em relação a igual período de 2017. Com exceção dos componentes eletrônicos, caiu a produção em todos os demais segmentos da área, cujo recuo foi de -11,4%.

A área elétrica teve variação negativa de -0,8% e apenas a produção do segmento de geradores, transformadores e motores elétricos variou positivamente, em +6,5%.

No acumulado entre janeiro a novembro de 2018, a produção da indústria eletroeletrônica cresceu +2,1% em comparação ao mesmo período de 2017, acima do crescimento da Indústria geral, que foi de +1,5% no mesmo período.

Esse desempenho do segmento é explicado pelo resultado do segmento de eletrônica, com crescimento de +4,3%, uma vez que o segmento elétrico ficou estável.

::Segmento Naval => o Fundo da Marinha Mercante (FMM) é destinado a prover recursos para o desenvolvimento tanto da Marinha como da indústria de construção e reparação naval brasileiras.

O FMM registrou em sua carteira de crédito R$ 22,7 bilhões em setembro de 2018, sendo que 91% desta era formada por projetos de construção/aquisição de embarcações e 9% para reformas/construção de estaleiros.

Do total da carteira de crédito, 44% estavam no Rio de Janeiro, 24% em Pernambuco, 20% em Santa Catarina e 12% em São Paulo.

::Siderurgia => a produção do aço bruto no país foi de 34,7 milhões de toneladas em 2018, registrando queda de -6,3% em dezembro de 2018 frente ao mesmo mês de 2017, porém com crescimento de +1,1% em 2018 na comparação anual.

Em 2017, a produção de aço foi de 34,3 milhões de toneladas (+9,9% em relação a 2016); em 2016 a produção foi de 30,2 milhões de toneladas (variação negativa de -9,2%) e em 2015 teve produção de 33,2 milhões de toneladas de aço, com variação negativa de -1,9% em relação a 2014.

As vendas internas foram de 18,3 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2018, uma elevação de +8,2% quando comparada com igual período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 20,6 milhões de toneladas no mesmo período, o que representa alta de +7,3% frente ao acumulado de janeiro a dezembro de 2017.

As importações em 2018 foram de 2,4 milhões de toneladas, refletindo uma expansão de +3,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,6 bilhões, uma alta de +16,9% na mesma base de comparação.

Segundo o Instituto do Aço, estes resultados confirmam trajetória de recuperação da indústria brasileira do aço em 2018.

O Instituto Aço Brasil, entidade patronal que representa as indústrias siderúrgicas, defende como agenda prioritária do novo governo, o ajuste fiscal, aliado às reformas da previdência e tributária e possui previsão otimista em 2019, tanto para as vendas internas do aço (+5,8%), quanto para o consumo aparente de aço (+6,2%).

Por Regis Luís Cardoso (com informações via DIEESE e CNM CUT).

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