13º salário vai injetar milhões em Campo Largo

*Crédito foto: Aniele Nascimento

Os números são do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e contrariam o posicionamento de grupos políticos que desvalorizam o impacto que o consumo da classe trabalhadora gera na economia. No Paraná serão movimentados R$ 12,5 bilhões e no Brasil R$ 211, 2 bi

Quando o vice de um candidato ao cargo de presidente da república criticou o 13º salário o alvoroço foi instalado. Rapidamente o incêndio foi amenizado com a assessoria política da chapa, que orientou seus pares a se posicionar de forma diferente. Foi o que aconteceu. Mas, obviamente, para quem conhece a política ultraliberal do possível Ministro da Fazenda, a questão não foge muito da desvalorização do poder de compra da classe trabalhadora.

Para Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec – Sindicado dos Metalúrgicos de Campo Largo; o trabalhador precisa ficar atento. O dirigente sindical destaca que “algumas propostas de campanha durante esse período eleitoral excluem a possibilidade de pagamento de 13º. Um exemplo é Carteira Amarela ou a Terceirização Irrestrita, que são modelos de contratação que acabam com a obrigatoriedade de pagamento do 13º; bem como vários outros direitos trabalhistas”.

Segundo Dieese, em 2017 Campo Largo contava com quase 30 mil empregos formais. A injeção do 13º no salário representou quase R$ 66 milhões na economia da cidade, com uma média salarial de R$ 2.290,98. O Departamento de estatística considerou todos os assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal, nos setores público (celetistas ou estatutários) e privado.

Pode-se dizer que a classe trabalhadora, nos últimos anos, com aumento real nos salários, manteve o consumo interno aquecido e transformou o Brasil. Agora o Dieese lançou nova estimativa para 2018 em relação ao pagamento do 13º salário. A provável ‘injeção na economia’ será de R$ 211, 2 bilhões. No Paraná, R$ 12,5 bi, que representa 35,4% do montante da região sul.

Futuro

A principal questão é a seguinte: qual o impacto econômico que uma política ultraliberal irá gerar na vida dos trabalhadores? “É bom deixar claro que quando dizem que o 13º pode acabar não significa que vai deixar de existir. Na verdade, através de novas formas de contratação, essa injeção na economia poderá ser extinta com o passar do tempo, já que há sinalização, por grande parte dos empresários, da utilização das alternativas que não priorizam os direitos dos trabalhadores”, explica Adriano Carlesso.

Para você ter uma ideia, essa ‘injeção de ânimo’, economicamente falando, representa quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, quem possui carteira de trabalho; incluindo mão de obra doméstica, aposentados e beneficiários de pensão da união e dos estados e municípios, representa 57,6% do total de trabalhadores no mercado formal. No total, são aproximadamente 85 milhões de brasileiros beneficiados com rendimento adicional.

Em cifras, quase R$ 140 bilhões irão para empregados formalizados, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 34% dos R$ 211,2 bilhões, ou seja, perto de R$ 71,8 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas. Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 34 milhões de pessoas que receberão o valor de R$ 47,1 bilhões.

Paraná

O nosso estado deverá receber até o final de 2018 cerca de R$ 12,5 bilhões em 13º, que corresponde a quase 6% do total nacional e 35,4% da região Sul. Isso representa aproximadamente 3% do PIB estadual. São quase 5,1 milhões de paranaenses (que corresponde a 6,1% do total que receberá o benefício no Brasil). Vale ressaltar que os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 59,7%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 38,4%. O emprego doméstico com carteira assinada participa com 1,8%.

Em relação aos valores que cada segmento receberá, nota-se a seguinte distribuição: os empregados formalizados ficam com 72,0% (R$ 8,95 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 21,0% (R$ 2,6 bilhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 5,6% (R$ 700, 7 milhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 1,3%.

 

Por Regis Luís Cardoso (com informações: Dieese).

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