40% da Previdência bancam os 20% mais ricos. Os 20% mais pobres pesam 3,3%

Números surgem no momento em que o governo Bolsonaro se prepara para convencer a população a abrir mão de direitos trabalhistas e encarar 40 anos de contribuição e 65 anos de idade mínima para se aposentar

Embora o governo Bolsonaro queira convencer os mais pobres e a classe média a abrir mão de direitos trabalhistas e apoiar uma reforma da Previdência que acaba com o sistema solidário em detrimento do capitalizado, além de impor regras duras para que o benefício seja concedido integralmente, dados do Ministério da Fazenda (gestão Temer) mostram que quem fica com a maior fatia (40%) do dinheiro pago pela Previdência hoje são os 20% mais ricos do País. Os 20% mais pobres pesam 3,3% no orçamento da Previdência.

Quando o assunto é rombo na Previdência, “grande parte da distorção é provocada pelas aposentadorias do setor público, onde os trabalhadores já ganham mais na ativa –cerca de 60% mais, na comparação entre os salários médios nos Executivos federal, estaduais e municipais e os da iniciativa privada (o que põe o funcionalismo na parte superior da pirâmide)”, escreveu o jornalista Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo, em artigo divulgado na quinta (7).

Na proposta do governo, os servidores públicos civis e militares passariam a contribuir no mínimo por 25 anos para a Previdência, e não mais 20 anos.

O governo ainda estuda estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem. Além disso, para obter o benefício integral, é preciso ter 40 anos de contribuição. Com 20 anos de contribuição, 60% do valor da aposentadoria será liberado. Cada ano a mais de contribuição acresce 2% no valor do benefício.

“Entre todos os pontos de resistência à frente da reforma, esse [as mudanças para servidores públicos] talvez seja o maior, além da teima de boa parte da sociedade (sobretudo da parcela mais rica) em achar o déficit previdenciário não é problema dela.”

Hoje, o Brasil tem 42% das famílias ganhando até R$ 1,9 mil por mês. Outras 22% vivem com menos de R$ 3 mil. Somando as duas parcelas, 64% das famílias brasileiras ganham menos de R$ 3 mil.

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Por Cíntia Alves (via Jornal GGN).

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