A Hora do Pesadelo: “É uma reforma elaborada por patrões”

Assessor jurídico do Sindimovec, Sandro Lunard Nicoladeli, esteve no sindicato para conversar com os dirigentes da entidade sobre as principais mudanças na legislação trabalhista

O que você espera da raposa que cuida do galinheiro? Na verdade, se você é uma galinha, pode esperar o pior cenário, certo? E o que esperar de uma reforma trabalhista elabora somente por empresários? Óbvio, que o trabalhador pague o “pato”. E para aprofundar esse debate, as entidades sindicais do Brasil vêm promovendo encontros. Essa semana (03), por exemplo, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) promove evento em Curitiba (todas as informações aqui). Fabiano Camargo da Silva, economista da entidade, explica que “a estrutura da reforma possui três pilares: ataque aos direitos aos trabalhadores, ataque aos sindicatos e também ataque a justiça do trabalho”.

O que há no Brasil é um gigante trator conservador e retrógrado passando na “sua timeline”. Parece um pesadelo? Não, na verdade é a “Hora do Pesadelo”. Trazendo para o debate da última semana (24), no Sindimovec, o assessor jurídico da entidade, Sandro Lunard Nicoladeli, fez essa alusão ao filme do famoso personagem Freddy Krueger para explicar que o filme de terror do trabalhador brasileiro ainda não terminou. “A primeira parte foi a terceirização, agora veio a reforma trabalhista e, pra finalizar, a reforma da previdência”.

O jurista foi claro em relação aos objetivos dos que elaboraram essa “reforma”: “é uma reforma elaborada por patrões. Basicamente o estado e os sindicatos saem de foco através de uma subtração da autonomia coletiva pelo interesse particular”. No final das contas, os 117 artigos alterados da CLT não foram debatidos com a sociedade suficientemente. Veja as principais mudanças aqui.

Por fim, “muita gente está pautando que os sindicatos estão preocupados com a questão de perder o imposto sindical, o que não é verdade. Essa contribuição não é nada diante da quantidade de direitos que todos os trabalhadores estão perdendo”, finaliza Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec.

 

Por Regis Luís Cardoso (Texto e foto).

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