#Engrenagem02: Greve Geral e pós-verdade!

As centrais sindicais de todo o Brasil, ao lado de movimentos sociais, têm motivos de sobra para se posicionar contra os projetos de reformas que estão em curso no país. Tod@s serão atingidos, de norte a sul, de leste a oeste

As greves e as mobilizações, no início do século passado, no Brasil, tinham características diferentes das atuais. Havia uma solidariedade latente e a verdade é que a classe trabalhadora estava iniciando sua demarcação de território no que se refere a conquistas de direitos trabalhistas.

Hoje, com a Justiça do Trabalho consolidada e permanentemente atacada pela agenda financeira, a luta dos trabalhadores ganhou outras faces. Uma delas é a apropriação da verdade, por parte do sistema econômico; com o objetivo de “reconquistar seu território”, ou, mais cruelmente falando, retirar garantias trabalhistas legitimas.

E é nessa problemática contemporânea que se encaixa o fenômeno definido como “era da pós-verdade”; termo, segundo a Universidade de Oxford (Inglaterra), que foi considerado a “palavra do ano”, em 2016.

Vale lembrar que a universidade inglesa elabora dicionários anualmente e definiu “pós-verdade” como um substantivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais” – Fonte: Jornal Nexo.

Aí você me pergunta: qual a conexão entre a pós-verdade e o sindicato? – “Tudo!” – respondo. Quando se entende que “fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais” se conclui que, muitas vezes, a verdade não é relevante.

Ou seja, o sistema econômico/político, ao utilizar os avanços tecnológicos e a comunicação de massa, com o objetivo de promover inverdades, consegue “informar desinformando”. Por isso é comum mentira virar verdade, se propagar pelo mundo virtual e, o que é mais grave, formar opinião. Quer um exemplo? “Lulinha é dono da Friboi!”.

Portanto, ao colocar a emoção em primeiro plano, é comum existir rejeição em relação aos itens defendidos pelos trabalhadores e sindicatos. Quando os meios de comunicação utilizam termos como “greve promovida pelas entidades sindicais atrapalham o trânsito”, chega-se a pós-verdade.

O desvio do foco tem como objetivo causar uma emoção individual (“eu estou preso num engarrafamento por culpa desses grevistas”). Dessa forma, UMA pessoa esquece a luta histórica da classe trabalhadora e que beneficia toda uma sociedade.

Tudo isso está inserido na luta de classes. Afinal, você já deve ter escutado a famosa frase do Eduardo Galeano: “nos mijam e os jornais dizem que chove”.

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