#Engrenagem03: Onde está o Sindimovec “pós-reforma trabalhista”?

A resposta é simples: continuamos nas ruas e nos locais de trabalho, pois não podemos “apequenar” nossa luta na defesa de todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros por causa de uma agenda pautada na exclusão social 

Faz pouco tempo que o professor Marcio Pochmann, do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, da Universidade Estadual de Campinas, disse: “os golpistas de hoje apresentam-se regressistas na condução da economia, cada vez mais exportadora primária, e apequenadora da presença do país em termos internacionais”.

Agora, com aprovação da reforma trabalhista, a questão vai além de um fator meramente econômico. De fato, o contexto para o trabalhador brasileiro envolve toda uma cadeia de informações que tem como objetivo esconder os retrocessos em curso. Por exemplo, na nova regra, os acordos coletivos entre as partes (empregado e empregador) podem se sobrepor à Consolidação das Leias do Trabalho (CLT)*.

*Leia mais sobre isso no site do Sindimovec: Reforma trabalhista: o que muda para o brasileiro?.

O importante é que o Sindimovec continua acreditando que é um agente transformador da sociedade. Estamos na luta dentro do Conselho da Saúde da cidade ou na criação do Conselho do Trabalho de Campo Largo, além da participação na criação do Plano de Desenvolvimento Econômico do Comude (via Folha de Campo Largo), só para mencionar alguns exemplos de luta cotidiana.

Jamais iremos abrir mão, como entidade que defende os trabalhadores metalúrgicos de Campo Largo, da luta, pois ela está diretamente ligada ao chão da fábrica, a você da Caterpillar, ou da Fiat, ou da Metalsa. Como escreveu Pochamnn, “o Brasil segue condenado a repetir no presente o que se conheceu somente no passado distante: o atraso do subdesenvolvimento e a exclusão avassaladora de muitos”.

Lembre-se da mensagem do Papa Francisco na “Missa de São Pedro e São Paulo” no dia 28 de junho deste ano, quando endereçou sua fala aos delegados da Confederação Italiana Sindical dos Trabalhadores (CISL): “não há uma boa sociedade sem um bom sindicato e não há um sindicato bom que não esteja dentro das periferias com objetivo de transformar o modelo econômico”.

Francisco continuou afirmando que a profecia é a vocação mais verdadeira do sindicato, é a “expressão do perfil profético da sociedade”. Ele também alertou que nas sociedades capitalistas avançadas, o sindicato corre o risco de perder esta natureza profética e se tornar demasiado semelhante às instituições e aos poderes.

Portanto, se você perguntar onde está o Sindicato dos Metalúrgicos de Campo Largo no atual contexto político e econômico brasileiro, não esqueça: estamos na luta, como sempre, por melhoras para a sociedade.

“O capitalismo do nosso tempo não compreende o valor do sindicato, porque esqueceu a natureza social da economia. Este é um dos maiores pecados” – Papa Francisco.

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