FIAT: LINHA DE PRODUÇÃO PARADA EM BETIM

A crise econômica parou a linha de produção da maior montadora de carros do Brasil. Imagens aéreas feitas nesta segunda-feira (8) mostram o pátio da Fiat cheio. O estoque lotado é o motivo da paralisação total das linhas de montagem.

A fábrica em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, produz três mil carros por dia. Mas de hoje até sexta-feira, nenhum carro vai ser montado e a maioria dos 19 mil funcionários vai ter que ficar em casa. Eles vão receber os salários e terão que compensar esses dias não trabalhados mais tarde, em uma data ainda não definida.

Dois meses atrás, a Fiat já tinha interrompido a produção por seis dias e dois mil funcionários ficaram de férias coletivas em março e depois outros dois mil em maio.

Segundo o Sindipeças, Sindicato das Empresas de Autopeças, a grande maioria das fornecedoras da Fiat também está parada. As fábricas não trabalham com estoque e por isso pararam a linha de produção. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, pelo menos três empresas que empregam dois mil trabalhadores também estão com as atividades suspensas até o fim da semana.

A estratégia de reduzir a produção se repete em praticamente todas as montadoras, e por todo o Brasil. A fábrica da Mercedes-Bens, em Juiz de Fora, também em Minas, colocou 500 funcionários em férias coletivas até 15 de junho.

Em São José dos Campos, em São Paulo, os 1,7 mil funcionários da GM vão entrar em férias coletivas na segunda-feira da semana que vem e ficam nessa situação até o fim do mês. Outros quase mil funcionários estão em lay-off e tiveram o contrato de trabalho suspenso até agosto.

Na GM, que fica na região do ABC paulista, os 4,5 mil funcionários só trabalham três dias por semana desde o início do mês e vão entrar em férias coletivas na próxima quinta-feira até o final do de junho. Em maio, a GM demitiu 150 pessoas.

A Volkswagen, que fica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, também tem trabalhadores no sistema de lay-off. O esquema funciona há quase um ano, com 800 funcionários afastados a cada cinco meses, com esquema de rodízio.

Em Goiás, a fábrica da Suzuki em Itumbiara, fechou no inicio deste mês. A produção foi transferida para Catalão. Dos 100 funcionários da unidade de Itumbiara, 40 foram transferidos para a fábrica. Os outros foram dispensados. Também em Catalão, a Mitsubishi decidiu parar a produção por uma semana.

Números da produção
A Anfavea, que é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos, divulgou os novos números da produção. Em maio, as empresas fabricaram 210,1 mil veículos. A quantidade de carros, caminhões e ônibus representa uma queda de 25,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Ou seja, foi produzido um quarto a menos de veículos e voltou ao nível de produção de dez anos atrás. A queda foi maior na produção de caminhões: 51,4% a menos. Desde o início do ano, foram produzidos pouco mais de um milhão de veículos, queda de 19,1%. Menos do que no mesmo período do ano passado.

Os empregos, em consequência também caíram. No mês passado, a indústria automotiva estava com 138,2 mil empregados – 9,2% menos do que em maio do ano passado.

Em entrevista em São Paulo, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, previu que 2015 vai fechar com queda de 18% na produção de veículo, e que os próximos meses serão melhores.

“Eu diria que na media dos próximos cinco meses, nós vamos ter uma estabilidade nas nossas vendas, com uma melhor pequena. Mas eu diria, apostaria numa estabilidade”, fala o presidente da Anfavea. (Fonte: G1)

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