Maranhão reajusta salário dos professores para R$ 5,75 mil

O governador do Maranhão, Flávio Dino (*Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Flávio Dino (PC do B) paga maior piso do país para a educação enquanto Paraná mantém salários congelados

O governador Flávio Dino concedeu recomposição salarial a todos os integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica do Maranhão e professores contratados. A medida se contrapõe a maioria dos estados brasileiros, que até o momento não concederam qualquer percentual à categoria. No Paraná, o piso da educação está em R$ 2.298,80 para 40 horas. Já na capital do estado, a remuneração para o padrão de 40 horas está em R$3.836,30. No estado governado pelo comunista, o novo piso chega a R$ 5750. Com o reajuste, o impacto anual é de R$ 115 milhões na folha de pagamento do Estado.

A recomposição no percentual de 6,81% concedida aos professores da Rede Pública Estadual será paga sobre o vencimento em duas parcelas, sendo 2,71%, implantada no mês de março, e, a segunda, de 3,99% em junho, segundo o governo. Isso representa mais do que o dobro da inflação nos últimos doze meses. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), a inflação de janeiro de 2018 ficou em 0,29%, totalizando 2,86% no período de um ano. O governador Flávio Dino comemorou o reajuste que promoverá ganhos aos trabalhadores da educação.

“Com a medida que editei ontem, o salário inicial do professor de 40 horas no Maranhão passará para R$ 5.750,00. Acreditamos que esse grande investimento é fundamental para desenvolver o nosso estado”, ressaltou em suas redes sociais.

Após a implantação integral da recomposição, um professor em início de carreira com 40 horas de jornada semanal terá remuneração de R$ 5.750, 83. Já o docente em início de carreira, com 20 horas semanais receberá o equivalente a R$ 2.875,41.

Como comparação, em Curitiba, o magistério de Curitiba recebe R$1.918,15 no padrão de 20 horas e os professores de educação infantil R$3.836,30 no padrão de 40 horas. O valor, R$ 1914 abaixo do pago no Maranhão equivale a contração de um profissional de 20 horas. Mesmo bem abaixo do que o padrão do estado do nordeste, o montante é comemorado pelo prefeito Rafael Greca: “Temos essa situação salarial numa época em que muitas cidades do Estado não conseguem pagar nem o piso para os seus professores”, observou. O salário dos professores de Curitiba está congelado desde março de 2016. Com a nova data-base em outubro apenas, a expectativa é 30 meses sem reajuste.

No Paraná, o salário dos professores está há dois anos sem reajuste por parte do governador Beto Richa. De acordo com a APP Sindicato, em 2015, o governo Beto Richa (PSDB) foi o primeiro a romper com a lei da data-base. Uma grande greve da categoria garantiu uma nova política de reajuste salarial para vigorar entre 2015 e 2017, pois de acordo com o governo esse seria um período de reajuste zero para o funcionalismo.

“Não é por falta de dinheiro.Temos todos os estudos que comprovam as condições financeiras do Estado. O governo previa uma queda de 3% no ICMS e houve um aumento de 6%. Então, tudo aquilo que o governo previa para 2017, não aconteceu. Pelo contrário, a receita cresceu”, compara o economista Cid Cordeiro.

Concurso público

Além do reajuste, o governo comunista vai realizar concurso público para 1.500 professores com carga horária de 40 horas. É o maior da história do estado e inclui 230 vagas para profissionais da Educação Especial. O Maranhão ainda realizará um novo concurso previsto na lei orçamentária para 2018, com oferta, pela primeira vez, de vagas para educação indígena, educação no campo e quilombola.

 

Vai Manoel Ramires (www.porem.net).

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